segunda-feira, 16 de maio de 2011

Já dizia Vinicius, como é duro trabalhar...

Como nada no mundo vem de graça, é às vezes, à custa de muito cansaço, de um tempo que se poderia passar com a família, que o trabalhador acorda e vai à luta, batalhar por uma vida melhor, para se manter e ter a possibilidade de dar uma educação aos filhos, até para não lhes ver tendo que trabalhar, fora dos muros da escola.
Mas um dia ele acorda. Toma banho e café. Despede-se dos filhos, dá um beijo na mulher. Mas, ao chegar no ponto de ônibus, espera um minuto, uma hora, duas, e o que menos se via na rua era ônibus. Três. A essa hora, João já suava frio: era a terceira vez no mês que chegaria atrasado - assim ficaria difícil ser promovido no trabalho. O chefe, um senhor fechado e intolerante, disse que não aturaria mais um atraso. 
O que teria acontecido, então?
A essa altura, João não queria nem falar no nome dela... Não podia ser! Mas eis que um vendedor de jornal passa e lhe estende a triste realidade: era a paralisação dos motoristas de ônibus! A terceira do mesmo mês.
Depois do meio-dia, até consegue chegar ao trabalho.  E teve que dar explicações. Explicou. Explicou, e o patrão estava irredutível: "O ônibus não passou? Pegasse um motoboy!"
"Motoboy, caro?! E o dinheiro que eu lhe pago?". Não teve jeito - João foi demitido no mesmo dia.

A culpa é dos motoristas de ônibus que lutam por melhores salários? A culpa é apenas do chefe economista, que deseja maior eficiência de seus funcionários? A culpa é do desequilíbrio de nossa matriz viária.
A história desse trabalhador não é muito diferente da de milhares de brasileiros. Quem nunca chegou atrasado e perdeu muitos pontos no trabalho, na escola, ou até mesmo na faculdade, não sabe o que é depender de um serviço público tão deficiente, principalmente em nosso país. 
O fato é que se parássemos de depender apenas do transporte rodoviário ou desse modelo de transporte mais antigo que Jesus Cristo, [/ironia], mais caro e mais poluente, que é o ônibus - seu João não perderia o emprego e aqui em casa não ficaria sem Jandira pra fazer faxina na sexta passada. (momento intimista mode on)
E você ainda pensa que não podemos fazer nada pra mudar isso? Podemos! Temos até o dia 30 desse mês para adotarmos o VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos na cidade de Salvador. A oportunidade que faltava para passar na Paralela e não pegar engarrafamento, sem ser em sonho =D.

Não conhece o movimento? Acesse http://www.vltemsalvador.blogspot.com
E quem puder, assine o abaixo-assinado online de nosso movimento:

A capital do estado da Bahia não pode parar! 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

É circo que eles querem?

Ao acordar, agora pela manhã, tive o desprazer de ligar a TV e dar logo de cara com uma foto tensa (que muitos dizem ser montagem) de Osama bin Laden morto.


É até difícil de acreditar que a "lenda" Osama tenha acabado.

E o mais absurdo de tudo é essa comemoração em torno desse fato tão visado pelos Estados Unidos - tudo bem que nada diminui os acontecimentos do 11 de Setembro, mas ver pessoas indo às ruas celebrar a morte de alguém é torpe, repugnante, no mínimo, nojento. Não consigo entender como uma alegria baseada no falecimento de um indivíduo, por pior que ele seja, torne-se símbolo de patriotismo - com cidadãos "empacotados" na bandeira estadunidense.

Como se não bastasse, o presidente norte-americano, Barack Obama, vem com o dizer de que "A justiça foi feita" - como se a solução de um problema, com raízes tão profundas e abstratas, envolvendo religião, poder político e disputa de soberania, consistisse na pura e simples vingança - que, sem dúvidas, alimenta e continuará alimentando muito mais ódio e intolerância. 
Por falar em tolerância, o próprio presidente diz 

 "Não toleraremos ameaças à nossa 
segurança nacional nem a nossos aliados"

É em nome dessa "segurança nacional" que o poder militar imperialista dos EUA faz o que faz, é aí que cerca de 3 mil mortos no episódio do World Trade Center, em 2001, torna-se muito mais significativo do que a morte de mais de 300 mil em Hiroshima -  mortes estas provocadas por esse mesmo Estado, que se diz interessado no "bem-estar" social, se diz ser democrático, mas quer, ironicamente, transformar sua vontade
em lei e submeter a soberania de outras nações à sua influência. 
Fora a fajuta desculpa de jogar o corpo no mar - que ninguém, além das forças americanas viu - como respeito ao Islã? hahaha Risos. Melhor nem comentar.
Quando Obama ascendeu ao poder, todos pensavam o quê? Que seria diferente do governo Bush, uma esperança para o fim da guerra e da violência, alimentadas por uma gestão altamente belicosa, que foi a anterior. No entanto, a única constatação plausível é que eles são, no popular, farinha do mesmo saco. 
No governo de George W. Bush, pudemos assistir às cenas do enforcamento de Saddam, agora temos a morte de Osama (homem que conseguiu colocar em xeque a capacidade bélica e o poderio do Tio Sam a âmbito internacional). Resultado: 

"Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou
 Osama Bin Laden, o líder da Al-Qaeda".

Morto. Foram as palavras de Obama. Saddam, Bin Laden... Agora me pergunto qual o próximo da lista norte-americana afinal, parece que a população do país anseia por mais espetáculos mórbidos como este. Será Mahmoud Ahmadinejad? Que comecem as apostas ;)

É circo que eles querem.

Início de Jornada.

Bem, essa é a primeira postagem - e que esta seja a primeira de muitas - nesse meu novo blog, o Ideologia de Esquina; partindo do pressuposto que cada um de nós, independente de cor, credo, ou classe social - podemos expor nossas ideias, críticas e opiniões, compartilhá-las, no espaço, aparentemente, ainda democrático que é a Internet.
Pra quem não sabe, eu mesma escrevia o blog Talk.Girl, com o pseudônimo de "Vaca" - e foi ele que me acompanhou durante todo o Ensino Médio, apesar de muitas polêmicas.
Como o tempo passa, há necessidades, óbvias, de se amadurecer e se atualizar - e prefiro fazer isso com um blog novo, com uma perspectiva nova. Mas, é claro, sem perder aquela velha acidez ;)

Espero que gostem.
Um grande beijo.